O Exército de Libertação Nacional (ELN), grupo rebelde colombiano, disse nesta segunda-feira (6) que vai retirar a suspensão dos sequestros porque o governo não cumpriu os acordos alcançados durante as negociações de paz.
O grupo armado destacou que sua decisão se deve ao atraso no estabelecimento de um fundo multi-doadores para um processo de paz que tiraria o ELN do conflito armado no país.
A retirada da suspensão representa mais um desafio às negociações de paz entre o ELN e o governo do presidente Gustavo Petro.
Embora tenham ocorrido seis rodadas de negociações desde o final de 2022, a crise nas discussões aconteceu após as reuniões avançadas do governo com uma das frentes do grupo rebelde na província de Narino, que teriam visto membros da facção entregando armas e se reintegrando na sociedade.
A crise levou o grupo a decidir, em abril, congelar as conversas planejadas para esse mês.
“Até agora o fundo não foi criado, o governo mostra pouca vontade de avançar neste campo”, afirmou o ELN em comunicado.
“Diante do exposto, o ELN encerra a sua oferta de suspender unilateralmente as detenções econômicas”, adicionou.
O governo da Colômbia diz que o fundo não foi acordado como um incentivo para o ELN acabar com os sequestros, acrescentando que os atrasos foram causados devido à decisão do grupo rebelde de convocar uma rodada extraordinária de negociações.
“Esperamos que o ELN mantenha o seu compromisso com a sociedade colombiana e a comunidade internacional para pôr fim a qualquer forma de sequestro”, pontuou a delegação de paz do governo no comunicado.
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