Gangrena: o que é sintomas, causas, tipos e tratamento

Gangrena é a morte de um tecido no corpo causada por infecções bacterianas, traumas e/ou interrupção do fluxo sanguíneo e oxigênio para o tecido, provocando a morte das células e necrose, com sintomas como vermelhidão ou escurecimento da pele, dor intensa e febre.

A gangrena pode afetar qualquer tecido do corpo, mas é mais comum de surgir nas extremidades, como dedos das mãos ou pés, braços ou pernas, mas também pode ocorrer em órgãos internos, como apêndice, vesícula biliar ou intestinos, por exemplo.

O tratamento da gangrena deve ser iniciado o mais rápido possível, pelo clínico geral, cirurgião vascular ou dermatologista, pois é uma emergência médica, podendo ser indicado o uso de antibióticos, cirurgia para reestabelecer o fluxo sanguíneo para o tecido, ou, nos casos mais graves, amputação.

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Pé com gangrena

Sintomas da gangrena

Os principais sintomas da gangrena são:

  • Vermelhidão da pele na região afetada;
  • Escurecimento da pele, que pode ficar cinza, azul ou preta;
  • Inchaço da pele e diminuição da sensibilidade na região afetada;
  • Feridas ou bolhas que liberam um líquido com cheiro fétido;
  • Pele fria, fina e brilhante na região afetada;
  • Dor intensa ou súbita, em alguns casos;
  • Sensação de dormência na região afetada ou paralisia do membro afetado.

Além disso, podem surgir dor no pé ou perna afetada ao caminhar, dor crônica mesmo em repouso, dor que piora ao elevar a perna e que melhora ao pendurar o pé na lateral da cama

Esses sintomas podem variar de acordo com o tipo de gangrena. Além disso, podem surgir febre baixa e mal estar geral, nos casos em que a gangrena afeta órgãos internos ou no caso da gangrena gasosa.

Uma vez que a gangrena é uma doença que piora lentamente ao longo do tempo, assim que são identificados sintomas deve-se consultar o dermatologista ou o clínico geral para iniciar o tratamento mais adequado e evitar complicações, como infecção generalizada ou choque tóxico que podem colocar a vida em risco. Saiba identificar os sintomas do choque tóxico.  

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da gangrena é feito pelo clínico geral ou dermatologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, traumas ou infecções, além do exame físico da região afetada e características da pele.

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Foto de uma doutora e um doutor de braços cruzados esperando você para atender

Além disso, o médico deve solicitar exames de sangue como hemograma completo e perfil bioquímico, de forma a detectar a presença de infecções, e exames de imagem, como raio X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para avaliar os órgãos internos, vasos sanguíneos, ossos e avaliar se a gangrena afetou outras partes do corpo.

Nos casos de infecções bacterianas, o médico pode coletar uma amostra do líquido presente na gangrena, para ser analisado no laboratório, permitindo identificar o tipo de bactéria que causou a infecção.

Possíveis causas

A gangrena é causada pela morte dos tecidos devido a infecções por bactérias, traumas ou bloqueio de vasos sanguíneos, ou uma combinação desses fatores, resultando nos sintomas.

Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da gangrena, como:

  • Aterosclerose ou colesterol e triglicerídeos altos;
  • Doença arterial coronariana;
  • Diabetes descontrolado ou pressão alta;
  • Hábito de fumar;
  • Obesidade;
  • Queimaduras severas ou exposição prolongada ao frio extremo;
  • Complicações pós-cirurgia relacionadas à infecções;
  • Infecção de feridas na pele;
  • Doença arterial periférica, traumas vasculares ou vasculite;
  • Trombose venosa aguda.

Além disso, traumas como acidentes de trânsito, ferimentos por armas de fogo ou lesões por esmagamento, também podem aumentar o risco de desenvolvimento de gangrena.

Outros fatores são doença da Raynaud, doença cística da adventícia, doença de Buerger ou sistema imune enfraquecido, por exemplo.

Tipos de gangrena

De acordo com a gravidade, o local ou as causas, a gangrena pode ser dividida em vários tipos:

  • Gangrena gasosa: acontece nas camadas mais profundas do músculo devido a infecção por uma bactéria que produz gás, geralmente a Clostridium perfringens. Este tipo é mais comum após infecções de feridas ou cirurgias;
  • Gangrena seca: se desenvolve quando uma região do corpo não recebe a quantidade de sangue necessária e acaba por morrer devido à falta de oxigênio, sendo comum em pessoas com diabetes e aterosclerose;
  • Gangrena úmida: acontece quando uma parte do corpo sofre uma infecção bacteriana grave que provoca a morte dos tecidos, como no caso de queimaduras, lesões por frio extremo ou pé diabético, e deve ser tratada imediatamente, pois a infecção pode se espalhar para outras partes do corpo e colocar a vida em risco;
  • Gangrena de Fournier: surge devido a uma infecção na região genital, sendo mais frequente em homens;
  • Gangrena interna: acontece devido à interrupção do fluxo sanguíneo para órgãos internos, como apêndice, intestinos ou vesícula biliar, sendo uma uma emergência médica que necessita de atendimento médico imediato.

Dependendo da sua causa e estado de evolução, a gangrena pode ter cura e, muitas vezes, o tratamento precisa ser feito em internamento do hospital. 

É importante seguir as indicações do médico para o cuidado da área com a gangrena, porque em caso contrário, podem ocorrer complicações, como coagulação intravascular disseminada ou amputação do membro afetado.

Leia também: Coagulação intravascular disseminada (CIVD): sintomas, causas e tratamento


tuasaude.com/coagulacao-intravascular-disseminada

Como é feito o tratamento

O tratamento da gangrena deve ser feito com orientação do clínico geral, dermatologista ou cirurgião vascular, e varia de acordo com a causa que está causando a morte dos tecidos, no entanto, geralmente envolve remover os tecidos que já foram afetados e corrigir a causa, permitindo que o organismo cicatrize.

Assim, podem ser indicadas várias formas de tratamento, que incluem:

1. Cirurgia de desbridamento

A cirurgia de desbridamento é feita em quase todos os casos para remover os tecidos que já estão mortos e que dificultam a cicatrização e facilitam o crescimento das bactérias, evitando que a infecção alastre e para que o tecido afetado cicatrize. 

Assim, dependendo da quantidade de tecido a remover pode ser apenas necessária uma pequena cirurgia com anestesia local, no consultório do dermatologista, ou uma grande cirurgia com anestesia geral, no hospital.

Outra opção, usada especialmente em casos com menor extensão de tecido morto, é o uso de larvas para remover o tecido afetado. Geralmente, esta técnica tem melhores resultados no controle do que é retirado, uma vez que as larvas só comem o tecido morto, deixando o saudável.

2. Antibióticos

Os antibióticos são usados sempre que a gangrena é provocada por uma infecção e ajudam a eliminar as bactérias restantes depois da cirurgia para remover o tecido morto, por exemplo. 

Uma vez que é mais eficaz administrar estes medicamentos pela veia, geralmente o tratamento é feito em internamento no hospital e iniciado antes ou logo após a cirurgia.

3. Antiagregantes plaquetários

Os antiagregantes plaquetários, como o ácido acetilsalicílico ou o clopidogrel, podem ser indicados no caso da gangrena isquêmica, causada pela obstrução de vasos sanguíneos, de forma a restaurar o fluxo sanguíneo e a oxigenação dos tecidos. 

Além disso, podem ser recomendados pelo médico remédios vasodilatadores, ou tratamento com remédios para controlar as doenças que podem causar a gangrena isquêmica, como diabetes, colesterol alto ou pressão alta, por exemplo.

4. Oxigenoterapia hiperbárica

A oxigenoterapia hiperbárica, feita na câmara hiperbárica com oxigênio puro, pode ser indicada pelo médico para ajudar a melhorar a oxigenação dos tecidos afetados, evitar o crescimento de bactérias na região ou ajudar na cicatrização da pele infectada. Veja como é feita a oxigenoterapia hiperbárica.

5. Bypass ou angioplastia

O bypass e a angioplastia são duas técnicas cirúrgicas que normalmente são usadas quando a gangrena é causada por algum problema que está dificultando a passagem do sangue para uma determinada região, de forma a reestabelecer o fluxo sanguíneo e a oxigenação dos tecidos. Saiba como é feita a angioplastia.

6. Amputação

Nos casos mais graves, em que a gangrena já se espalhou por todo o membro e já existe pouco tecido saudável para salvar, o médico pode aconselhar a amputação, na qual todo o braço ou perna afetada é removida através de cirurgia para impedir que a gangrena se espalhe para o resto do corpo.

Nestes casos, também são feitas próteses artificiais para substituir os membros afetados ajudando a manter a qualidade de vida da pessoa.

Fonte: Tua Saúde!