Autoridades temem que mais de 100 pessoas tenham morrido em uma aldeia remota em Papua-Nova Guiné, um país no Oceano Pacífico, depois que um deslizamento de terra destruiu casas e soterrou moradores enquanto dormiam, disseram autoridades nesta sexta-feira (24).
A tragédia atingiu a vila de Kaokalam, na província de Enga, cerca de 600 quilômetros a noroeste da capital, Port Moresby, por volta das 3h, no horário local.
O isolamento da aldeia afetada, onde vivem cerca de 4 mil pessoas, está dificultando os esforços de resgate, segundo o Chefe da Missão da Organização Internacional para as Migrações (OIM) no país.
“Os destroços são do tamanho de aproximadamente três a quatro campos de futebol e estão bloqueando a principal rodovia da província, o que está dificultando ainda mais os esforços de socorro”, disse Serhan Aktoprak à CNN.
“Já está escuro. Já é noite em Papua-Nova Guiné. Não há força para continuar os esforços de socorro. Somente com o nascer do sol as equipes [da OIM] retornarão”, disse Aktoprak.
Ele acrescentou que até agora três corpos foram recuperados, mas o número de mortos provavelmente aumentará devido ao tamanho do deslizamento de terra.
O número de pessoas mortas ou desaparecidas é “muito fluido”, mas acredita-se que mais de 100 estejam mortas, pontuou Janet Philemon, zeladora e tesoureira nacional da Sociedade do Crescente Vermelho de Papua-Nova Guiné (PNGRCS), à CNN.
A comunidade local tem lutado para alcançar os sobreviventes “com todas as ferramentas que têm à sua disposição”, destacou Philemon.
“A própria comunidade está agindo, tentando salvar aqueles que foram soterrados pelo deslizamento de terra”, acrescentou.
Ela afirmou que um terremoto atingiu a área alguns dias atrás, o que ela acredita poder ter contribuído para o deslizamento de terra.
Imagens das consequências, divulgadas pela AFP, mostraram uma grande quantidade de lama e rochas numa encosta íngreme de uma montanha e moradores escalando em busca de sobreviventes.
O primeiro-ministro James Marape disse em declaração anterior, relatada pela ABC e pela Reuters, que o governo enviou funcionários da agência de desastres do país, da Força de Defesa e do Departamento de Obras e Rodovias para se reunirem com as autoridades provinciais e distritais de Enga.
Os órgãos devem realizar esforços de resgate e socorro, bem como a reconstrução de infraestruturas.
“Apresento minhas mais sinceras condolências às famílias daqueles que perderam a vida no desastre do deslizamento de terra”, comentou.
Em comentários relatados pela ABC, as autoridades afirmaram que as casas foram destruídas quando a encosta de uma montanha próxima cedeu.
A CNN entrou em contato as autoridades locais, incluindo o governador da província, a polícia nacional e a agência de gestão de desastres do país.
Violência generalizada
Papua-Nova Guiné é uma nação no Oceano Pacífico com cerca de 10 milhões de pessoas. É rica em recursos, mas a sua economia está atrás da dos seus vizinhos. Além disso, o país tem uma das taxas de criminalidade mais elevadas do mundo.
O caos eclodiu na capital no início deste ano, depois de a polícia ter abandonado o trabalho em protesto contra queda nos salários, que mais tarde as autoridades governamentais atribuíram a uma falha informática no sistema de folha de pagamento.
Lojas foram saqueadas e edifícios incendiados durante os distúrbios.
Centenas de tribos estão espalhadas pelo terreno remoto e muitas vezes inacessível do país. Mas a sua vasta e diversificada paisagem montanhosa, bem como a falta de estradas, tornaram difícil e dispendiosa a modernização de serviços básicos como água, eletricidade e saneamento.
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